terça-feira, 4 de junho de 2013

Compram-se vidas, paga-se bem

Se um estranho com pinta de business man lhe parasse na rua e perguntasse "quanto vale a sua vida?", que resposta você daria?
Calma! Não é uma pergunta de filme de vampiro querendo a sua alma ou algo do gênero. É bem mais simples; na prática é um questionamento ao qual respondemos infinitas vezes ao longo da vida.
Quando contratamos um seguro de vida, estamos precificando nossa existência - ou inexistência, já que é o valor pago pela nossa morte. Outra situação na qual cobramos um valor pelo nosso tempo de vida é a tal da pretensão salarial.

A minha vida, por exemplo, vale entre 4 e 5 mil reais por mês. Na verdade este valor é referente a 22 dias da minha vida, considerando que tenho 8 folgas por mês. Vamos à calculadora!  24 horas por dia x 22 dias por mês x 12 meses por ano = 6.336.
Se você tem um emprego normal, trabalha 8 horas por dia, 40 por semana e 120 horas por mês. Atualmente o salário mínimo brasileiro é de R$ 678, 00.

Isso quer dizer então que eu ganho mais, contudo dou em troca mais tempo da minha vida e tempo livre (lazer) custa caro! Mas quer saber? Tô achando que cobro pouco! Pensa comigo: em 1 ano de trabalho terei no banco 54 mil reais (conta imaginária, né? Porque aqui se ganha, aqui se gasta) e 96 dias vividos em prol dos meus interesses, fazendo atividades que eu quero e acompanhada por pessoas que eu escolhi.

Dinheiro é bom e eu adoro! Porém, se ter mais dinheiro é diretamente oposto a ter mais tempo para desfrutá-lo, faz sentido este cálculo?
Obviamente não estou lançando nenhuma linha de pensamento novo. Mas (pasmem!), acho que só agora comecei a entender.
Recentemente, li uma reportagem sobre "viver com menos" e fiquei pensando será mais uma modinha dos ricos? Porque, falemos sério, a massa mesmo segue querendo tevezona de tela plana, Net e celular touch. Eu quero ter tudo isso - inclusive a casa própria! -, mas desejo muito mais. Quero ficar velhinha e ter muitas histórias de amor para contar; quero poder lembrar de pessoas e lugares, de relações que construí.
Dinheiro é inegavelmente muito bem, contudo, o que de fato deixamos para nossos amigos e amores é a lembrança da nossa existência!

Este post é uma carta de amor a todos que, de forma mais ou menos extrema, abdicaram do ter em favor do ser. E enquanto não largo tudo e vou viver de música na praia sigo estando menos presente do que gostaria e trabalhando 528 horas ao mês...

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